O piso intertravado é um tipo de pavimento em que o revestimento é formado por blocos de concreto com intertravamento por areia de selagem. As cargas a que o pavimento é exposto são distribuídas pelos blocos e resistidas em conjunto, por isso a importância do intertravamento adequado.
Um piso intertravado não se desloca lateralmente quando solicitado, nem rotaciona, nem translaciona. É muito importante que as faces de cada bloco sejam bem produzidas e paralelas, o que também garante o travamento. Esse é um critério de aceitação do material em função desse aspecto.
Eles podem ser utilizados para a pavimentação de ruas, acessos internos e estacionamentos, calçadas e passeios. Em suas extremidades, é necessário inserir elementos de contenção, como cordões em concreto (que podem ser igualmente modulares).
As variações podem acontecer quanto ao formato do bloco e sua função.
Quanto ao formato, temos:
- Piso intertravado onda
- Piso intertravado tijolo
- Piso intertravado raquete
- Piso intertravado sextavado
- Piso intertravado mini guia
- Piso intertravado guia padrão
Os pavimentos de concreto geram impactos significativos no meio ambiente, bem como aqueles com revestimento em concreto betuminoso usinado à quente (CBUQ – asfálticos). Por outro lado, cresce a preocupação com empreendimentos de construção que levem aspectos de sustentabilidade em sua concepção.
Os pavimentos intertravados levam blocos de concreto, mas apresentam algumas vantagens em termos técnicos e de sustentabilidade que os fazem se destacar das demais opções. Os impactos se tornam menores à medida que eles permitem manutenções sem perda de material (são módulos reaproveitáveis), podem ser manejados de forma manual, permitem reduzir escoamentos superficiais (com filtragem no terreno), dentre outras vantagens.
A opção pelos pisos intertravados, desde que adequadamente especificados e escolhidos, corresponde à escolha de um material com menor energia embutida. Isso significa que esse material, ao longo de toda a sua vida útil, irá gerar menor consumo energético se comparado aos demais tipos de revestimento, e isso é extremamente relevante, visto que geração de energia é uma das maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa.
Dependendo da função daquele pavimento, do aspecto estético que se busca e coloração necessária, será feita a opção por um outro formato de bloco. Quem conhece pavimentos utilizados em ruas pelo país deve ter-se questionado quanto à falta do modelo hexagonal na lista acima.
Este modelo ficou famoso pela baixa qualidade em muitas aplicações, por ter sido produzido simplesmente pela aplicação de concreto simples em forma. Ainda podem existir fabricações manuais seguindo esse modelo, mas elas dificilmente chegarão a bons resultados mecânicos.
Os modelos a serem especificados devem ter produção industrial. Nas fábricas, um concreto com pouca água em seu traço e consistência similar a uma “farofa” é posto em formas e passa por vibroprensagem. Após, sofre cura úmida por vapor em câmaras fechadas.
O fck pode superar os 40 MPa para estes blocos. Segundo a NBR 9781/2013, a resistência à compressão dos blocos mínima para veículos comerciais de linha é de 35 MPa e para solicitações mais pesadas e efeitos de abrasão acentuados, superior a 50 MPa.